O povo pó de cordilheira sabe, ja faz tempo, que muito depois de nao existir mais meio de armazenamento pra este pó de bits, sua mãe ainda vai permanecer ali. Até virar pó de meteóro ou, segundo o Dyscovery Chanel, que o sol engula a terra e assim nao virar pó de nada.
Eu mero pedaco de hamburguer urbanóide resignado a meu destino de pó de asfalto persisto na busca por evidencias factiveis de que este povo vem recebendo o ensinamento eterno-interno. Foi numa antologia de contos chilenos, que encontrei num sebo aqui perto do ap, que me foi revelada em forma de artefato, mais uma peça do intrincado quebra cabecas.
No conto El chiflon del diablo de Baldomero Lillo encontrei aquela que para mim é a prova cabal do dialogo que os chilenos são capazes de manter, não só com a montanha, mas tb com o inanimado em geral. O trecho abaixo descreve os últimos momentos de uma mãe ao receber a noticia que seu filho havia morrido em um deslizamento da mina. Saca só:
”Los grupos se apartaran y muchos rostros se volvieron hacia la mujer, quien, con la cabeza doblada sobre el pecho, sumida en una insensibilidad absoluta, parecía absorta en la contemplación del abismo abierto a sus pies (muito bom).
Jamás se supo como salvó la barrera; detenida por los cables niveles, se la vio un instante agitar sus piernas descarnadas en el vacío y luego, sin un grito, desaparecer en el abismo. Algunos segundos después, un ruido sordo, lejano, casi imperceptible, brotó de la hambrienta boca del pozo, de la cual se escapaban bocanadas de tenues vapores: era el aliento del monstruo ahíto de sangre en el fondo de su cubil”
Continuo na busca por mais evidencias.