30/04/2008

Pó de cordilheira 1

Duas das 50 horas que passei dentro do latão pra chegar em Santiago valeram o esforço. Quando o começamos a cruzar a cordilheira aconteceu algo. Não se trata de nenhuma baboseira turística-mística. Mas o fato é que quem me conhece de longe sabe o quanto é difícil pra mim ficar mais de 5 minutos sem batucar na perna ou em qualquer outra forma de tambor imaginário que invente pra descarregar meu deficit de atenção. Fiquei tão absorto no horizonte quase inexistente que assistia com a orelha colada na janela do ónibus que nem mesmo o espanto pela sensação quase desconhecida conseguiu quebrar a paz em que submergi.

Desde então as vezes me pego mirando a cordilheira em silencio e depois que ouço algum estalar de dedos ou uma contagem regressiva que me desperte do transe me empenho em tentar traduzir o ensinamento da cordilheira. Traduzir pq o que falta não é compreensão, a mensagem é muito eficaz. Na verdade busco uma decodificaçao, mais publicitariamente falando, o que falta mesmo é uma boa frase que me permita transmitir um pouco do que me foi passado.

E foi ontem a noite que finalmente deu plin. Depois de quase dois meses buscando a melhor solução pro briefing deste projeto tão importante acredito ter encontrado o slogan que sintetiza e comunica os anseios do cliente. Que é ...

EU ESTAREI AQUI.

Continua...

horizonte no chao.