30/04/2008

Pó de cordilheira 1

Duas das 50 horas que passei dentro do latão pra chegar em Santiago valeram o esforço. Quando o começamos a cruzar a cordilheira aconteceu algo. Não se trata de nenhuma baboseira turística-mística. Mas o fato é que quem me conhece de longe sabe o quanto é difícil pra mim ficar mais de 5 minutos sem batucar na perna ou em qualquer outra forma de tambor imaginário que invente pra descarregar meu deficit de atenção. Fiquei tão absorto no horizonte quase inexistente que assistia com a orelha colada na janela do ónibus que nem mesmo o espanto pela sensação quase desconhecida conseguiu quebrar a paz em que submergi.

Desde então as vezes me pego mirando a cordilheira em silencio e depois que ouço algum estalar de dedos ou uma contagem regressiva que me desperte do transe me empenho em tentar traduzir o ensinamento da cordilheira. Traduzir pq o que falta não é compreensão, a mensagem é muito eficaz. Na verdade busco uma decodificaçao, mais publicitariamente falando, o que falta mesmo é uma boa frase que me permita transmitir um pouco do que me foi passado.

E foi ontem a noite que finalmente deu plin. Depois de quase dois meses buscando a melhor solução pro briefing deste projeto tão importante acredito ter encontrado o slogan que sintetiza e comunica os anseios do cliente. Que é ...

EU ESTAREI AQUI.

Continua...

horizonte no chao.

6 comentários:

  1. Fala Jr!
    Pô, legal a iniciativa do blog. Uma boa forma de falar ao povo daqui sobre a cultura chilena.
    A propósito, o "mirando a cordilheira..." revela o andar do processo de incorporação do espanhol no teu vocabulário.
    Não demora muito pra ti misturar tudo, jajaja.
    Abração!
    Eduardo

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  2. SEMPRE leio
    NUNCA comento

    Te cuida por aí!
    beijO GRANDE (:

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  3. Que lindo, Jr! A imponência da Cordilheira de passa a segurança de que tudo pode mudar, menos ela, o que em alguns momentos é bastante reconfortante. Abs,

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  4. Adorei!! Simples Assim...
    Abraços

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  5. Curiosidade na veia.
    O efeito hipnótico deve fazer com que a gente se sinta deslocado e atemporal, né?
    ADORO essa sensação.
    E essa tua referencia ao batuque me fez sorrir - sempre lembro de ti quando ouço uma boa percussão!
    Grande beijo.
    Clarissa

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  6. Noooosa Jú.. bah, como é q pode... qdo tu descreveu Santiago me senti vendo a cidade, sentindo a cidade! bárbaro! não foi diferente agora sobre a cordilheira! parabéns!!!! virei fã! escreva mais no seu blog! está mtoooo bom!!! bjx!

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Comentário é bom e eu gosto.